domingo, outubro 11, 2009

To cry or not to cry.

Se eu tivesse sozinha, as lágrimas já estariam aqui. Mas eu não estou. Eu respiro fundo. É um desconforto permanente. Quanto mais eu tento mais eu me decepciono. Qual o ponto de tentar uma coisa quando a outra pessoa não quer. Quando a outra pessoa já deu um fim a tudo. Aqui ao lado na cama, acho que ele me odeia. A gente faz esse teatro e diz que está tudo bem, sabendo que está tudo podre, tudo distorcido. Descompasso de tudo. Eu acordo ele dorme, eu gozo ele está apático, ele me deseja e eu sinto um desconforto. Muito medo de todos os lados. Muitas expectativas. Um castelinho de cartas, que cai. Não entendo porque não conseguimos entrar no mesmo ritmo. Os meus sentimentos estão aqui, da forma mais intensa de todo o período. Assim como o tédio está aqui, nos odiamos nesse quarto. Eu olho para ele, eu sei que ele me trata mal. Eu sei que eu escolhi mal. Eu sei que eu coloquei ele numa situação que eu não deveria. Talvez eu tenha estragado tudo dessa forma. Talvez esse descompasso seja minha culpa. Ele me trata mal e eu aceito em silêncio. Eu posso entender. Ele e eu somos os mesmos. Quando perdemos nosso chão surge um buraco negro que é dificil lidar. E ele me culpa. Faria igual na situção oposta. Também me odiaria se ele tivesse me colocado nessa situação. Eu não entendo porque eu, logo que eu que planejo tudo fiz isso. Será que foi de propósito. Estou tentando destruir alguma coisa antes de começar ?
Eu queria esquecer essa semana. Eu queria esquecer tudo que aconteceu. Eu queria ficar com as coisas boas. Eu queria ficar só com o sorriso dele. É tão doce quando é espontâneo.
Acho que eu tornei as coisas muito pesadas para ele. É muito dificil um relacionamento com culturas diferentes e pessoas tão particulares. Eu sei que ele está assustado com a minha intensidade. Acho que se eu soubesse lidar melhor com isso em algum ponto ele até achasse que era algo doce. Mas nesse momento, é exatamente disso que ele quer fugir.
Eu entendo ele, e me odeio nesse momento.
Não sei quão permanente é o dano.